quinta-feira, 16 de abril de 2009

Memorias de um Gibiota parte 2

Como comecei a narrar na minha ultima coluna, o inicio na minha vida quadrinhistica foi graças a meu pai que hoje sou um conhecedor nato da nona arte.
Partindo de onde parei, tive minha fase Mônica/Disney la pelos meus 10 anos. E adorava(ainda adoro muita coisa, da Mônica as mais antigas e da Disney basicamente as obras de Carl Barks e Don Rosa), e MAD. Todo muleque de 10 anos acha a MAD a coisa mais engraçada do mundo.
Em 1989, meu pai e minha irmã foram hospitalizados, e eu acabei sob os cuidados de uma tia minha. Ela era casada com um fanatico por publicações, muitas ele conseguia como doação, e nesse bolo tinha muitos quadrinhos. Em sua maioria eram infantis, maioria de desenhos da Hanna Barbera. Mexendo nessas revistas, vi um encarte de assinaturas em uma edição de Veja. Olhei bem pro anuncio e vi a capa de X-men numero 2 da editora Abril.

Ao ver aquele personagem com garras e uma garota inocente ao chão (e com a chamada de capa: Garras e traição!) fui fisgado. Queria saber quem eram aqueles tais de Xis-men( eu so fui pronunciar "Ecs-mein" anos depois quando vi o desenho na Globo e vi que fiquei anos falando como um bobo...)!
Em Curitiba, o que mais se tem é sebo. Aquelas coisas de capital cultural, pelo menos nesse quesito é imbativel. Existia um sebo - talvez o melhor e mais saudoso sebo que ja tivemos em Curitiba- chamado Livraria Werk. Era ampla e continha as melhores hqs da região(sempre em excelente estado de conservação). Foi lá que comecei a caçar os mutantes. Me viciei. A saga dos mutantes sob as inspiradas batutas de Chris Claremont e John Byrne me deixavam em extase. Desde então Wolverine, Ciclope e seus asseclas teriam espaço em meu pequeno coração Fanboy.
Fui atras de mais coisas de Byrne, quando me deparei que tinha muita coisa em casa pra ler( a eterna parceria Homem Aranha + Quarteto Fantastico me rendeu dezenas de historias ineditas pra mim, ja que lia o cabeça de teia sem me importar com as historias que sobravam no gibi.
Ainda na minha sede por Byrne, me rendi aos encantos DCnautas: sua reformulação do Super-Homem foi mais uma das suas obras que me pegou. Isso que ainda tinha Hulk, Tropa Alfa e Vingadores pra ler dele.
Superaventuras Marvel foi a revista que mais deixou saudades em mim. Seu mix era de uma qualidade absurda: X-men, Demolidor de Miller, Thor de Simmonson... realmente foi uma que marcou época nos bons tempos do incompreendido formatinho.
Aos 16, minha dose mensal de aventura era preenchida com Homem Aranha, X-men, Capitão América e Demolidor. Nada da DC, o que faz de mim um marvete inveterado. Mas descobri que nas entranhas da Distinta Concorrencia havia algo muito bom: as perolas Watchmen e Cavaleiro das Trevas. Watchmen não tem o titulo de melhor historia em quadrinhos de todos os tempos, lembro da primeira vez que li e como ela me atingiu. No ultimo numero, eu li, joguei a hq no outro lado do quarto e fiquei atonito. Não era possivel aquilo, as hqs entravam em um novo patamar! E nem preciso dizer que nunca fui um grande fã de Batman, mas Cavaleiro das Trevas me fez respeitar o personagem, alias complementar o respeito que ja havia ganho com a animação de Bruce Timm no inicio dos anos 90.

Passei boa parte dos anos 90 lendo basicamente X-men, Homem Aranha e Superboy(adorava aquela reformulação com o novo Superboy malandrão no Hawai). Infelizmente deixei as 3 no final da decada(X-men virou novela, Aranha e sua saga do clone intragavel e Superboy teve sua revista cancelada). É claro que editora Abril contribuiu pra isso quando lançou a linha Premium e seu proibitivo preço de R$ 9,90(que era carissimo 10 anos atras e ainda hoje não temos quadrinhos mensais a esse preço). 
Nos anos 2000, a grande virada. Com os quadrinhos nas mãos da Panini, tivemos uma revolução: papel de qualidade, o fim do formatinho e historias sem cortes. Mesmo assim, por pouco interesse, li pouca coisa desde então. Acho que os Supremos foi o grande acerto, mas fora isso nada tivemos de muito inovador nas revistas de linha. Tanto que na primeira metade da decada, o que reinou nas bancas foram as republicações de historias classicas.  
A ultima saga que li com afinco foi Guerra Civil da Marvel, achei extremamente interessante, e é claro, fiquei do lado do falecido(risos) Capitão América. Desde então tenho lido coisas aleatorias, mas nada que tenha me fisgado. Estou quase dando uma segunda chance ao Homem Aranha, mesmo não engolindo essa pataquada de pacto com o Mefisto....
Espero que a Marvel( e a DC por que não?) finalmente acertem o passo, para que eu volte aos bons tempos de leitor convicto, quando esperava avidamente pelo sabado a tarde pra ter aventuras ao lado de meus superherois favoritos!

Sasquash Cavalera ainda se veste de Homem Aranha mesmo tendo 30 anos... =P

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